Imagen aleatoria

O custo invisível da nuvem: como reduzir desperdícios e aumentar a previsibilidade financeira em 2025

O impacto silencioso da nuvem nos custos empresariais e a urgência de adotar FinOps como estratégia

Por Bruno Henrique Nascimbem Mariano de Souza, Gerente de Serviços de Tecnologia II na Entelgy Brasil

Quando as empresas iniciaram sua jornada rumo à computação em nuvem, a promessa era clara e direta: pague apenas pelo que utilizar. Para CFOs e CIOs, essa lógica parecia perfeita. No entanto, a prática mostrou outro lado dessa equação: contas imprevisíveis, desperdício de recursos e ausência de governança clara.

Em 2025, esse cenário se agravou. A nuvem deixou de ser apenas infraestrutura para se tornar um ecossistema altamente complexo. Hoje, ela envolve não só serviços de infraestrutura (IaaS), mas também plataformas SaaS, licenciamento, data centers híbridos e, principalmente, soluções de inteligência artificial. A cada nova camada adicionada, surgem mais riscos, custos ocultos e desafios de gestão.

Segundo a FinOps Foundation, mais de 80% das empresas globais não conseguem prever com precisão os gastos com nuvem. Esse não é apenas um obstáculo financeiro: é um risco estratégico real que pode comprometer decisões de investimento, margens operacionais e a sustentabilidade do negócio a médio e longo prazo.

Os custos ocultos que ninguém quer admitir

Vamos considerar um cenário comum: uma empresa decide investir em inteligência artificial para acelerar sua transformação digital. Em poucos meses, os gastos com GPUs aumentam exponencialmente. Projetos de treinamento que deveriam custar milhares de reais passam a custar milhões. E, frequentemente, ninguém sabe ao certo o motivo.

Esse não é um caso isolado. Em 2024, apenas 31% das organizações incluíam os custos de IA nas práticas de FinOps. Em 2025, esse número subiu para 63%, impulsionado pelo aumento dos custos com modelos generativos. No entanto, a inteligência artificial não é a única responsável pelos gastos inesperados. Ambientes esquecidos, licenças duplicadas e clusters Kubernetes superdimensionados também têm impacto significativo.

Estudos indicam que até 35% dos gastos com nuvem são, na prática, desperdício. Quando esse percentual se reflete diretamente no orçamento anual, as consequências são críticas.

O que acontece quando ignoramos a governança de custos

A falta de governança nos custos da nuvem vai muito além da fatura elevada ao final do mês. Sem controle, as margens de lucro são comprometidas, e projetos estratégicos podem ser adiados ou até cancelados. O conflito entre áreas é outro problema recorrente: enquanto equipes de engenharia priorizam a agilidade, o setor financeiro exige previsibilidade. Sem uma linguagem comum, as decisões se tornam mais lentas e os conflitos se intensificam.

Existe ainda o risco de não conformidade. Sem rastreabilidade de custos, auditorias tornam-se processos longos e difíceis, especialmente em setores altamente regulados. As penalidades, inclusive multas milionárias, são reais. Na maioria dos casos, a gravidade do problema só é percebida quando o CFO pergunta: “Por que gastamos 40% acima do orçamento previsto?”

Por que as empresas ainda falham ao aplicar FinOps

As falhas geralmente nascem de uma compreensão limitada sobre o que realmente é FinOps. Muitos gestores associam o conceito apenas à redução de custos, levando a decisões que prejudicam desempenho e inovação. Outros enxergam o FinOps como uma iniciativa pontual, quando na verdade trata-se de uma disciplina contínua que precisa evoluir junto com a maturidade da organização.

A ausência de engajamento entre áreas também é um grande entrave. Sem colaboração entre TI, finanças e produto, ferramentas poderosas acabam sendo subutilizadas. Além disso, sem métricas claras — como alocação de custos por unidade, previsibilidade e indicadores de ROI —, torna-se impossível mensurar progresso ou justificar novos investimentos.

A jornada de maturidade em FinOps: dois modelos complementares

A maturidade em FinOps segue uma jornada que pode ser analisada a partir de dois modelos complementares.

O primeiro é o modelo Crawl–Walk–Run:

  • Crawl (Engatinhar): a empresa começa a consolidar dados e eliminar desperdícios óbvios, como ambientes esquecidos. Aqui, os ganhos iniciais costumam ser de 10% a 15%.
  • Walk (Andar): o foco está na estruturação de uma governança sólida. São criadas políticas de tagging, dashboards confiáveis e práticas como o showback. A previsibilidade melhora e os ganhos podem chegar a 30%.
  • Run (Correr): FinOps passa a integrar a estratégia do negócio. Métricas como unit economics orientam decisões de produto. Gastos são controlados em tempo real e a previsibilidade ultrapassa 90%.

O segundo modelo é o ciclo Inform–Optimize–Operate:

  • Informar: gerar visibilidade e transparência sobre os custos.
  • Otimizar: eliminar desperdícios e melhorar a eficiência.
  • Operar: incorporar FinOps no dia a dia da organização, garantindo decisões sustentáveis e alinhadas ao valor do negócio.

Esses modelos se complementam: o primeiro revela o nível de maturidade atual, enquanto o segundo orienta o que precisa ser feito continuamente.

FinOps como alavanca estratégica

FinOps vai além do controle de gastos. Trata-se de gerar previsibilidade, maximizar o retorno sobre investimentos em tecnologia e permitir decisões baseadas em dados concretos. Em muitos casos, investir mais em nuvem é uma decisão estratégica — desde que esteja claro o valor a ser entregue ao negócio.

Empresas maduras em FinOps inovam com agilidade, reduzem riscos operacionais e fortalecem sua competitividade. Em um cenário onde a tecnologia é o principal diferencial estratégico, dominar FinOps deixou de ser uma vantagem e passou a ser uma necessidade.

Um caminho sem volta: FinOps é essencial

Hoje, FinOps não é mais uma escolha. É a base para operar com eficiência e crescer com sustentabilidade na nuvem.

Para quem está migrando, é a oportunidade de iniciar com a governança correta, evitando erros estruturais e criando uma cultura de responsabilidade financeira. Para empresas já na nuvem, é a única forma de transformar custos variáveis em decisões orientadas por valor, conectando TI, finanças e negócio em uma mesma estratégia.

Na Entelgy, ajudamos organizações a implementar FinOps de ponta a ponta, com foco em resultados tangíveis:

Na Entelgy, ajudamos organizações a implementar FinOps de ponta a ponta, com foco em resultados tangíveis:

✔ Diagnóstico rápido de desperdícios
✔ Definição de processos, KPIs e governança
✔ Ferramentas e automação sob medida
✔ Cultura de melhoria contínua orientada a valor

FinOps não é apenas gestão de custos. É a chave para revelar o verdadeiro valor da nuvem e impulsionar o crescimento estratégico. Ignorar esse movimento é um risco invisível — até que chegue a fatura.

Noticias relacionadas

Scroll to Top
¿Quieres ser el primero en conocer todas nuestras noticias?
¡Suscribete y ponte al día!
I agree with the Terms and conditions and the Privacy policy

“Los datos personales que nos facilite serán tratados por Entelgy con la finalidad de gestionar tu suscripción a nuestra Newsletter. Puedes ejercer tus derechos en materia de protección de datos dataprotection@entelgy.com. datos mediante comunicación dirigida a nuestro Delegado de Protección de Datos en dataprotection@entelgy.com.”